Talvez porque o dia amanheceu já triste, o horizonte ameaça alteração do estado do tempo, o que é certo é que está convidativo à meditação.
E nada como uma boa reflexão.
Quanto tempo decorreu desde que nos tiraram esta foto? Pouco interessa, mas que já lá vão muitos anos... que se foram e nunca mais voltarão!
Mas também que importa? O que importa, é o que resta desses bons tempos em termos de amizade e companheirismo.
Amizades essas que ainda perduram no tempo e com as quais mantemos elos de ligação alguns muito fortes... outros nem tanto, por uma questão de atitude dos mesmos, que resolveram alhear-se de antigos companheiros com os quais outrora caminharam lado a lado... cada um fez a sua escolha e tomou o seu rumo! É assim a vida...
Neste preciso momento interrogo-me porque estou a postar esta foto.
Será que os que nela constam algum dia irão vê-la? Duvido. E se a virem? Terão conhecimentos ou vontade para comentarem? Talvez sim... e talvez não!
Mas também pouco importa! A vida é mesmo assim. Cada um nasceu com um destino traçado e a ele ninguém foge. E como cada dia que passa é menos um dia na vida de todos nós, hoje resolvi dar mais um impulso neste blog, que foi criado a pedido de uns quantos entusiastas que sonhavam aqui poder relatar as suas aventuras, cumprindo um desejo do Padre Valente!
Pena é que esse entusiasmo fosse passageiro. Acreditem que o lamento deveras.
Inclusivé já me interroguei se realmente esse colégio existiu e acreditem ou não, se não fossem as fotos que conservei do passado, até diria que estava com alucinações! Mas não... não estou.
A Escola D. Francisco de Almeida, ainda lá está de pedra e cal. Claro que o nome da mesma mudou.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - já o dizia Luís Vaz de Camões!
Resta o edifício recuperado, restam as minhas fotos e a memória fresca da Emilinha Pereira, que me ajudou a relembrar o nome de algumas colegas dos nossos tempos, para que esta foto fosse hoje colocada!
Para ti, Emilinha, aqui vai o meu kanimambo e um beijinho.
Não vou falar da Professora Maria Helena Geada, já que não cheguei a ser sua aluna, mas era considerada como a "má da fita"... pelo menos era o que circulava no colégio!
Se algum ou alguma das suas alunas ou alunos me estiver a ler e pretender dissertar um pouco sobre a mesma, seria interessante!
A arquitecta Maria de Lourdes Rodrigues foi minha professora de desenho.
Muito competente e dedicada não só à disciplina que leccionava era também a organizadora de teatros, onde planeava tudo ao pormenor, desde os trajes, pinturas, decoração, textos e poesias para declamarmos. Tudo estava sobre os seus ombros. E acima de tudo, era um ombro amigo, com o qual se podia contar nos momentos de preocupação. Era nossa conselheira, tendo sempre uma palavra de carinho, uma orientação, um sorriso de tranquilidade que depressa incutia em nós a vontade de prosseguirmos com os nossos estudos, esquecendo certos contratempos noutras disciplinas!
Soube há dias pela Elisa Pereira Damas que a mesma se casou quando regressou a Portugal, onde reside.
Era tão bom que ela um dia pudesse ter acesso e participar neste blog! Quem sabe... um dia!
Lena Sousa
21.08.2008
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quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Mais uma foto... mais uma mão cheia de recordações...
(Clique na imagem para ampliar)
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Mais um "achado" do meu albúm de memórias...
.
Decorria o ano lectivo de 1960/61.
O Colégio Liceal de S. Paulo tentava a todo o custo, alargar os seus horizontes.
Carência de espaços para se leccionar, para a prática do desporto, para o recreio, para se confraternizar... mas lá diz o velho ditado: Roma e Pavia, não se fizeram num dia!
Assim, aos poucos, fomo-nos repartindo por um outro edifício, paredes meias com a antiga Administração Civil. Uma outra escola cuja vista, de frente, dava para o Polo Sul, donde se avistava parte da imensa Baía de Pemba. Nas traseiras da mesma, sentados nos muros, aí trocávamos dois dedos de conversa, relatando as nossas "aventuras", enquanto a campainha não soava novamente, reclamando a nossa presença.
Belos tempos esses!
O "Puskas" contava as suas histórias, e que histórias...algumas passadas no Paquitequete, monopolizando a atenção de toda a turma. Por vezes dava a palavra ao Teófilo, ou ao João Gonzaga que também lá iam relatando as suas marotices... mas a nossa tentação era o terreno que ficava nas traseiras da Escola D. Francisco de Almeida.
Esse espaço, era enorme e irregular... possuía um declive enorme e as águas da chuva eram suportadas pelo muro da casa que, posteriormente foi habitada pelo Administrador Frazão.
Belos tempos aqueles!
Jogava-se ao ringue, à linha e por último ao paulito. E o Padre Valente lá nos conseguia entreter muitas das vezes, participando nos nossos jogos. Alguns deles bem violentos, como o ringue, que quando era para "matar" ele ia mesmo enviado com essa intenção! As jovens mais crescidas saiam logo da competição, pois quebravam as suas delicadas unhas e como já andavam a rondar pelo Colégio uns jovens bem giros, era ver aquela que mais "charme" exercia sobre eles!
O pátio era espaçoso mas todo o seu chão de terra vermelha era atravessado por enormes raízes de acácias vermelhas e amarelas, algumas tão salientes que se não nos acautelássemos, quando íamos a fugir de marcha-atrás, para não sermos apanhadas pelo ringue, lá tropeçávamos nós e então é que era um fartar de rir.
Por vezes o Padre Valente pedia-nos sugestões. E nós lá íamos dando. Algumas caíam em "saco roto" mas outras eram aceites, já que tinham o seu interesse. Uma delas foi a viagem de estudo que, em boa hora fizemos à Companhia da Nangororo, para observarmos e posteriormente relatarmos todo o processo de transformação pelo qual passava a folha do sisal até ser exportada.
E foi nesse dia já distante no tempo, que a fotografia acima foi tirada. Tenho mais fotos que ao longo do tempo irei colocar, ao mesmo tempo que contarei como fomos recebidos, o que observámos e até o nosso regresso!
Lena Sousa
O Colégio Liceal de S. Paulo tentava a todo o custo, alargar os seus horizontes.
Carência de espaços para se leccionar, para a prática do desporto, para o recreio, para se confraternizar... mas lá diz o velho ditado: Roma e Pavia, não se fizeram num dia!
Assim, aos poucos, fomo-nos repartindo por um outro edifício, paredes meias com a antiga Administração Civil. Uma outra escola cuja vista, de frente, dava para o Polo Sul, donde se avistava parte da imensa Baía de Pemba. Nas traseiras da mesma, sentados nos muros, aí trocávamos dois dedos de conversa, relatando as nossas "aventuras", enquanto a campainha não soava novamente, reclamando a nossa presença.
Belos tempos esses!
O "Puskas" contava as suas histórias, e que histórias...algumas passadas no Paquitequete, monopolizando a atenção de toda a turma. Por vezes dava a palavra ao Teófilo, ou ao João Gonzaga que também lá iam relatando as suas marotices... mas a nossa tentação era o terreno que ficava nas traseiras da Escola D. Francisco de Almeida.
Esse espaço, era enorme e irregular... possuía um declive enorme e as águas da chuva eram suportadas pelo muro da casa que, posteriormente foi habitada pelo Administrador Frazão.
Belos tempos aqueles!
Jogava-se ao ringue, à linha e por último ao paulito. E o Padre Valente lá nos conseguia entreter muitas das vezes, participando nos nossos jogos. Alguns deles bem violentos, como o ringue, que quando era para "matar" ele ia mesmo enviado com essa intenção! As jovens mais crescidas saiam logo da competição, pois quebravam as suas delicadas unhas e como já andavam a rondar pelo Colégio uns jovens bem giros, era ver aquela que mais "charme" exercia sobre eles!
O pátio era espaçoso mas todo o seu chão de terra vermelha era atravessado por enormes raízes de acácias vermelhas e amarelas, algumas tão salientes que se não nos acautelássemos, quando íamos a fugir de marcha-atrás, para não sermos apanhadas pelo ringue, lá tropeçávamos nós e então é que era um fartar de rir.
Por vezes o Padre Valente pedia-nos sugestões. E nós lá íamos dando. Algumas caíam em "saco roto" mas outras eram aceites, já que tinham o seu interesse. Uma delas foi a viagem de estudo que, em boa hora fizemos à Companhia da Nangororo, para observarmos e posteriormente relatarmos todo o processo de transformação pelo qual passava a folha do sisal até ser exportada.
E foi nesse dia já distante no tempo, que a fotografia acima foi tirada. Tenho mais fotos que ao longo do tempo irei colocar, ao mesmo tempo que contarei como fomos recebidos, o que observámos e até o nosso regresso!
Lena Sousa
12.08.2008
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Escola D. Francisco de Almeida,
um outro edifício
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