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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Mais um "achado" do meu albúm de memórias...

(Clique na imagem para ampliar)
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Decorria o ano lectivo de 1960/61.

O Colégio Liceal de S. Paulo tentava a todo o custo, alargar os seus horizontes.

Carência de espaços para se leccionar, para a prática do desporto, para o recreio, para se confraternizar... mas lá diz o velho ditado: Roma e Pavia, não se fizeram num dia!

Assim, aos poucos, fomo-nos repartindo por um outro edifício, paredes meias com a antiga Administração Civil. Uma outra escola cuja vista, de frente, dava para o Polo Sul, donde se avistava parte da imensa Baía de Pemba. Nas traseiras da mesma, sentados nos muros, aí trocávamos dois dedos de conversa, relatando as nossas "aventuras", enquanto a campainha não soava novamente, reclamando a nossa presença.

Belos tempos esses!

O "Puskas" contava as suas histórias, e que histórias...algumas passadas no Paquitequete, monopolizando a atenção de toda a turma. Por vezes dava a palavra ao Teófilo, ou ao João Gonzaga que também lá iam relatando as suas marotices... mas a nossa tentação era o terreno que ficava nas traseiras da Escola D. Francisco de Almeida.

Esse espaço, era enorme e irregular... possuía um declive enorme e as águas da chuva eram suportadas pelo muro da casa que, posteriormente foi habitada pelo Administrador Frazão.

Belos tempos aqueles!

Jogava-se ao ringue, à linha e por último ao paulito. E o Padre Valente lá nos conseguia entreter muitas das vezes, participando nos nossos jogos. Alguns deles bem violentos, como o ringue, que quando era para "matar" ele ia mesmo enviado com essa intenção! As jovens mais crescidas saiam logo da competição, pois quebravam as suas delicadas unhas e como já andavam a rondar pelo Colégio uns jovens bem giros, era ver aquela que mais "charme" exercia sobre eles!

O pátio era espaçoso mas todo o seu chão de terra vermelha era atravessado por enormes raízes de acácias vermelhas e amarelas, algumas tão salientes que se não nos acautelássemos, quando íamos a fugir de marcha-atrás, para não sermos apanhadas pelo ringue, lá tropeçávamos nós e então é que era um fartar de rir.

Por vezes o Padre Valente pedia-nos sugestões. E nós lá íamos dando. Algumas caíam em "saco roto" mas outras eram aceites, já que tinham o seu interesse. Uma delas foi a viagem de estudo que, em boa hora fizemos à Companhia da Nangororo, para observarmos e posteriormente relatarmos todo o processo de transformação pelo qual passava a folha do sisal até ser exportada.

E foi nesse dia já distante no tempo, que a fotografia acima foi tirada. Tenho mais fotos que ao longo do tempo irei colocar, ao mesmo tempo que contarei como fomos recebidos, o que observámos e até o nosso regresso!

Lena Sousa
12.08.2008